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sábado, 14 de março de 2009

E se você fosse um livro? - Farenheit 451

ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS!

Farenheit 451 é um filme produzido em 1966 pelo diretor francês François Truffaut e o enredo se passa num futuro hipotético, quando as pessoas nem podem imaginar que as casas eram suscetíveis a pegar fogo e os bombeiros serviam para apagá-lo.

Neste momento, viver-se-ia num regime totalitário em que só teria futuro quem obedecesse a todas as regras:

— O que faz nas horas de folga, Montag?
— Muita coisa... corto a grama...
— E se fosse proibido?
— Ficaria olhando crescer, senhor.
— Você tem futuro.

Nesse futuro criado pelo escritor Ray Bradbury, num romance homônimo, os livros seriam proibidos e as pessoas que liam-nos eram castigadas e por vezes mortas. Quem guardava livros em casa era denunciado e os mesmos eram queimados pelos bombeiros, dos quais a personagem Montag é um exemplo. O nome do filme, é uma referência à temperatura de decomposição dos livros.

Após conhecer Clarisse, no entanto, uma professora e leitora assídua, ele lê seu primeiro livro (David Coperfield, de Charles Dickens) e passa a levar para casa os livros que deveria queimar. A mudança de comportamento de Montag é explícita. No entanto, sua esposa conformista descobre os livros em casa e denuncia-o. Sua morte é forjada pelos bombeiros e ele vai ao encontro de Clarisse na Terra dos homens-livro, uma espécie de aldeia em que cada pessoa memoriza e destrói um livro para poder publicá-lo no futuro.
Muitos provavelmente não gostarão do filme, dado suas imagens e produção tosca (revolucionária para a época) mas a moral do filme vale muito a pena. Pergunto-me como só fui descobri-lo há tão pouco tempo.... E me pergunto: que livro eu seria?

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Milton Hatoum: relatos de leitura

No ano passado tive a oportunidade de conhecer um dos escritores brasileiros contemporâneos mais interessantes: Milton Hatoum. Foi um intensivo: li os quatro livros publicados do autor.

O livro mais conhecido do escritor é “
Dois Irmãos” que, justamente, mostra o relacionamento dos gêmeos Omar e Yakub. É inevitável, lendo este romance, relacioná-lo a Esaú e Jacó, de Machado de Assis e mesmo aos irmãos bíblicos. É mais uma história sobre os duplos. A temática do romance abrange o incesto, a rivalidade, a rejeição.

De modo geral, os temas de seus livros são recorrentes. Em “Relato de um certo Oriente” também os encontramos. Mas, neste romance, o que mais chama a atenção é a construção. A mesma história aqui é contada sob diversos pontos de vista, de forma que, à primeira leitura, o leitor desavisado pode não perceber quem é o narrador do capítulo que se está lendo. Em “Relato de um certo Oriente”, a maior temática é a memória, que é construída coletivamente para formar o relato completo. O romance se tornou a obra prima do autor.

Em “
Cinzas do Norte”, mais uma vez a temática é a rejeição. O romance é o retrato do homem atual, quando os valores morais e éticos perderam a importância, quando o Ser não tem mais importância. Outra temática deste romance é a arte, tanto visual quanto literária.

A novela “
Órfãos do Eldorado”, último livro publicado pelo autor, tematiza, principalmente, os mitos amazonenses, amora evoque imagens da literatura mundial em diversos momentos. Vemos, aqui, como os mitos passam a fazer parte da vida das pessoas a ponto de elas nem perceberem mais que se trata de um mito.

No final do mês, a Cia das Letras lança “A Cidade Ilhada”, livro com 13 contos, do qual faz parte “
Encontros na Península”, disponível no site da revista Bravo, em que mais uma vez fica clara a influência de Machado de Assis na obra do autor. Não é difícil pensar em seus textos como os relatos da leitura que teve, e podemos ver que foram muitas.
Vale a pena ler o conto e conhecer o escritor!

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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

3 textos sobre literatura que você pode ler na internet

De modo geral, somos acostumados a ler textos teóricos e reflexivos em sala de aula, mas ainda acredito que haja alguns loucos como eu que se interessam por isso em seus momentos de lazer.

Muitos falam mal da internet, mas trago aqui três motivos muitos bons para ficar por aqui. São três textos de pessoas conhecidas da área da literatura que falam sobre o papel que a literatura desempenha na sociedade.

Em “A importância da leitura para a humanidade”, Mario Vargas Llosa fala sobre os benefícios da leitura de ficção para nossas vidas, nos levando a um mundo muito mais interessante, em que os padrões em que vivemos são destruídos e podemos ser livres. O autor pensa na literatura como uma possibilidade de nos reconhecer como um grupo, observar nossos problemas, que são universais. Além disso, Llosa não deixa de falar sobre o caráter mais prático da leitura: aquisição de vocabulário, ampliação da capacidade de raciocínio e reflexão. Eis um texto que vale a pena ler.

Em “A literatura contra o efêmero”, Umberto Eco faz uma análise do modo como as pessoas vêem a literatura atualmente e a experiências que ela nos proporciona a cada leitura, a possibilidade que temos, através da leitura de presenciar e experimentar o impossível. A exemplo de Llosa, Eco também fala sobre a utilidade da literatura. Mas há uma utilidade para ela?

Em “Escritor recomenda romances clássicos aos novos leitores”, Moacir Scliar faz um guia para novos leitores, aqueles que, ao perceberem a necessidade da literatura para suas vidas, não sabe por onde começar ou para aqueles que, tendo já começado, querem recomeçar e ampliar seus conhecimentos sobre a arte. Neste texto, encontramos listas dos 10 clássicos indispensáveis, dos 10 brasileiros indispensáveis e dos 10 clássicos do século XX. Temos aí 30 livros para nossa lista de próximas leituras.

Você pode fazer o download dos três textos aqui.

Abraço e boa leitura!