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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Realismo e Burguesia em Jane Austen: Persuasão

Escrito pela inglesa Jane Austen e publicado postumamente em 1818, Persuasão foi o último romance da escritora e, embora tenha sido escrito muito antes do advento da escola realista, pode-se captar em sua obra muitas das características do realismo.

Advinda da sociedade burguesa da época, é comum encontrarmos em seus romances um retrato e uma crítica à burguesia e seus valores, de onde surgem os temas principais de Persuasão. Na sociedade burguesa, era muito difícil que alguém mudasse de classe social, sendo que os menos privilegiados viviam à margem da sociedade, sem possibilidade de alcançar uma posição social mais elevada.

Uma das poucas soluções para se conseguir uma elevação de classes era através do matrimonio com alguém da alta sociedade. Embora as famílias abastadas não aceitassem que seus filhos se casassem com pessoas de classe inferior, muitos eram os golpes.

A persuasão também é uma temática bastante presente no livro – a ponto de o romance levar este título – e na burguesia retratada, pois muitas vezes as pessoas eram aconselhadas e até forçadas a deixarem seus valores e sentimentos de lado para representar um papel imposto pela sociedade. Anne é uma personagem que sofre com isso, acabando por trocar suas convicções pela sugestão de sua madrinha. Assim é que ela acaba desistindo do casamento com Wentworth.

– Deveria ter feito uma distinção – replicou Anne – Não deveria ter suspeitado de mim, agora; o caso é tão diferente, minha idade, outra. Se errei uma vez ao ceder à persuasão, lembre-se de que foi por esta ser exercida em favor da segurança, e não do risco. Quando me submeti, pensei que era este o meu dever; mas nenhum dever poderia ser chamado em auxílio no caso. Ao me casar com um homem indiferente a mim, incorreria em todos os riscos, e violaria todos os deveres. (AUSTEN, 2007, p. 289)

A partir dessa reflexão de Anne somos levados a avaliar a importância e a força da persuasão, se ela seria uma força negativa ou positiva agindo no romance e na vida das personagens. Esses temas, trabalhados como foram por Jane Austen em Persuasão, dão créditos de realidade ao texto, pois fazem parte dos valores das pessoas que viviam na época. São temas e tramas da vida real trazidas à literatura.


Outras coisas que não deixam a deseja no romance são as descrições. característica muto comum do realismo, as descrições de Jane Austen beiram a perfeição:

E como não houvesse nada para se admirar, o olhar do visitante se voltava para a invejável localização da cidade, a rua principal quase se precipitando na água, o passeio ao Cobb, suas antigas maravilhas e novos melhoramentos, com a linda linha de rochedos estendendo-se para leste da cidade. E seria um estranho visitante quem não visse encantos nas redondezas de Lyme, nem tivesse vontade de conhecê-la melhor! As paisagens nas suas redondezas, Charmouth, com suas terras altas e grandes extensões de campos, e ainda a suave baía retirada, emoldurada por escuros penhascos, onde fragmentos de rochas baixas, entre a areia, tornam-na o local mais propício para observar o fluxo da maré e sentar-se em incansável contemplação; as diferentes variedades de árvores da alegre vila de Up Lyme, e, principalmente, de Pinny, com suas verdes ravinas por entre tochas românticas, onde esparsas árvores de floresta e hortas luxuriantes indicam que muitas gerações se passaram desde a primeira queda parcial do rochedo preparasse o campo nesse aspecto, onde surge um cenário tão maravilhoso e adorável, que bem pode igualar qualquer paisagem da tão famosa ilha de Wight: esses lugares devem ser visitados e revisitados, para se compreender o valor de Lyme. (Idem, p. 125, 126)


Em 2007, criado para ser exibido na TV, sob a direção de Adrian Shergold, Persuasão recebeu uma adaptação cinematográfica que deixa muito pouco a desejar. A fotografia é, de fato, muito bonita e a fidelidade ao romance alcança um alto nível.

Para quem gostou de ler, ou assitir, "Razão e Sensibilidade", "Orgulho e Preconceito" e "Emma", "Persuasão" é uma boa pedida! Há também, uma belíssima biografia, para quem se interessa pela universo da autora, Becoming Jane, que deixa bem claro a sociedade em que ela viviam e as influencias que recebeu. Vai a dica!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Mil anos menos cinquenta, de Ângela Abreu (Dutra de Menezes)

A mesma verdade pode mudar de aparência, dependendo de como é contada: igual à idade de Noé – 950 anos, diz a Bíblia (Gênesis 8, 29); Mil anos menos cinqüenta, explica, com mais poesia, o Alcorão (29, 14). Dois livros, dois simbolismos, duas maneiras de pensar revelando a mesma história – a de séculos, um milênio, ou quase isto.  Exato o tempos gasto por ma família em sua caminhada entre Coimbra reconquistada (1064) e o Brasil de hoje – mil anos menos cinqüenta de omissão, coragem, medo, solidão, fé no possível e, claro, muitas paixões. (Contra capa)
 

Logo quando iniciei o mestrado, um de meus professores passou uma lista de livros que deveríamos ler na sua disciplina, que falaria sobre Ficção Histórica. 

Nunca havia ouvido falar de Ângela Abreu, ou Ângela Dutra de Menezes, mas me surpreendi com a sua qualidade artística, principalmente pelo fato de quase todos os alunos da minha turma também não a conhecerem. Foi com curiosidade que iniciamos a leitura do romance que tem duas epígrafes igualmente surpreendentes: 

E disse Jesus: não julgueis que eu tenha vindo trazer paz à Terra. Não vim trazer a paz, mas a espada. (Evangelho de Mateus, capítulo 10, versículo 34) 

Resignai-vos ou não vos resigneis, o resultado será o mesmo. (Alcorão, sura 52, versículo 16)
 

Ao lermos o texto da contra-capa do livro (paratexto), percebemos que se trata de uma versão da História de Portugal. A epígrafe apenas ajuda a reforçar a idéia de oposição entre as duas religiões que fundaram o país e sua cultura: o catolicismo e o islamismo. 

Fica evidente também, principalmente quando se inicia a leitura, de fato, que se trata de uma paródia dos estudos religiosos e da história: 

Livro da genealogia de todos nós, filhos de Deus ou do Diabo, conforme cada destino. 

Ab’ul e Urraca geraram Afonso. Afonso gerou Pedro Afonso. Pedro Afonso gerou Fernando. Fernando, de Arshan, gerou Nabila e o varão Paulo Pio. Nabila gerou João Afonso e Mona. Mona gerou Joana. Joana gerou Brites. Brites gerou Constança. Constança gerou Ana e então teve o exílio de Coimbra. (p. 14)
 

Igualmente, todos os demais 72 capítulos (curtos) trazem uma epígrafe religiosa, por vezes tirada da Bíblia, outras do Alcorão. 

Ao final do livro, encontramos a Genealogia de Ab’ul e Urraca, uma ferramenta muito utilizada nos livros de história e que é muito útil em “Mil anos menos cinqüenta”, devido o grande número de personagens e ao longo tempo em que passa o enredo. 

Quase todas as personagens fazem referência a personalidades da História de Portugal, mas constroem uma história paralela que frequentemente se entrelaça com a história oficial. 

Como se fosse fácil, Urraca, 38ª geração de Ab’ul e Urraca, decidiu fazer-se ao mar, atravessar o oceano, levar seu sangue ao Brasil, o sangue e os olhos mouros, também os cabelos vermelhor, até os antigos defeitos, velhos vícios de sua gente – tentando ou não tentando, o final seria o mesmo, ao menos se distraía. Foi decidir e ir embora, assim deixara Coimbra, sem nem mesmo olhar para trás, e assim partiu Urraca, em uma manhã de inverno, levando pequena bagagem, apenas algumas roupas, raras moedas, contadas, dois livros de Dom Quixote, herança de sua mãe com quem aprendera a ler, livros de matar saudade, um dia eles seriam a alegria de uma neta mas isto, como saber, saber naquele momento, só de esperança, afinal, era do clã, trazia sonhos nas mãos – seria uma nova luta, isto já se sabia, por ser herança divina a luta não acabava mas em um País distante, novos chãos, novos caminhos, quem sabe haveria um canto para, enfim, a família conseguir viver em paz. (p. 258)
 

O enredo, como ficamos sabendo ao final do livro, e contado do Rio de Janeiro. Além de uma genealogia portuguesa, como daí viemos, esse livro não deixa de constituir, também, a nossa genealogia. 

segunda-feira, 9 de março de 2009

A vida e a literatura: diálogos

"... em minha discreta opinião, senhor doutor, tudo quanto não for vida, é literatura, A história também, A história sobretudo, sem querer ofender, E a pintura, e a música, A música anda a resistir desde que nasceu, ora vai, ora vem, quer livrar-se da palavra, suponho que por inveja, mas regressa sempre à obediência, E a pintura, Ora, a pintura não é mais do que literatura feita com pincéis, Esero que não esteja esquecido de que a humanidade começou a pintar muito antes de saber escrever, Conhece o rifão, se não tens cão caça com o gato, por outras palavras, quem não pode escrever pinta, ou desenha, é o que fazem as crianças, O que você quer dizer, por outras palavras, é que a literatura já existia antes de ter nascido, Sim senhor, como o homem, por outras palavras, antes de o ser já o era. Parece-me um ponto de vista bastante original..."

(SARAMAGO, José. História do cerco de Lisboa, p. 12)

sexta-feira, 6 de março de 2009

Livros e Blogs

Os grandes escritores sempre foram, antes de mais nada, grandes leitores, infelizmente a recíproca nem sempre é verdadeira. De qualquer forma, é impossível exercer atividades ligadas à publicação de textos, seja na mídia impressa tradicional ou na blogosfera, sem investir algum tempo em leitura. Esta afirmação aí ao lado, "Read Books Not Blogs", é um tanto quanto provocativa, mas chama a atenção para o debate sobre a qualidade do material em circulação hoje na Internet.

Gostaria de aproveitar então e destacar alguns blogs que, apesar de utilizarem em sua maioria apenas as ferramentas e templates padronizados, tem atingido o potencial criativo desta ferramenta na Internet como forma de expressão e divulgação de idéias, conhecimento ou relacionamento social. Começo pelo blog sai de mim!!! da jovem Natasha Fernanda Tiné, onde descobri esta afirmação espirituosa, ela escreve com muita personalidade, é só ler a descrição do perfil dela e entenderão o que quero dizer.

Na área de literatura e artes, visito regularmente alguns blogs que merecem ser lidos com muito interesse, são eles (a ordem na lista é totalmente aleatória):
leituras, Livros & Literatura, poetriz, artefato.k, nós todos lemos, LivroLivre, @ Dis-cursos, linhadepesca, Le Jardin Éphémère, Cadernos da Bélgica, Além do muro da estrada, Ulisses Adirt, Literatura etc., La Strega, Marconi Leal, Diego Viana, LivroErrante, Ágora com dazibao no meio, Non Liquet, Cemitério das Palavras, Ilusão da Semelhança, Libru Lumen, Barros Bar, Ensaios de um ababelado, Blog da Dai, Caderno de Paris, Homo libris, Caleidoscópio, Lady Cronopio, Uns Dias, Livros e mais livros, PorEntreLetras, Curiosa Identidade, Blog do Enríquez, O pássaro impossível, Insanidades, Efigênia Coutinho e sua Poesia, Blog Panorama, Fetiche de Cinéfilo, noVÍ TÁ, Alice Salles, Orgia Literária, Lendo.

É bom deixar claro que não citei blogs que já alcançaram um nível profissional inegável como é o caso do
Livros e Afins, Polzonoff, O Biscoito Fino e a Massa, Renata Miloni, Pensar Enlouquece. Enfim, tanto material de qualidade a ser visto, lido e acompanhado que definitivamente devemos ler não somente livros, mas também blogs é claro.
  • Post publicado originalmente por Kovacs no blog Mundo de K. Agradeço a gentileza de meu colega Kovacs e adiciono à sua lista os blogs que acompanho.

quarta-feira, 4 de março de 2009

A Invenção de Morel - Adolfo Bioy Casares

Discuti com o seu autor os pormenores do enredo, reli-o; não me parece uma imprecisão ou uma hipérbole classificá-lo como perfeito. (Jorge Luis Borges)

Quando se lê uma afirmação dessas vinda de Borges, pode-se ter certeza de que se trata de coisa realmente muito boa. Trata-se de “A invenção de Morel”. A exemplo dos textos de Borges, o romancista argentino Adolfo Bioy Casares também produziu ótima literatura fantástica.

O enredo, aparentemente simples, conta a história de um fugitivo da justiça que se refugia numa ilha misteriosa do pacífico, onde há a suspeita de uma grave epidemia. A forma é de um diário editado, permeado pelas notas de um editor. O protagonista apaixona-se por uma moça, Faustine, que ele acredita ser parte de um grupo de veranistas. Mais tarde, descobre que ela e ninguém do grupo podem vê-lo.

A invenção de Morel”, assim como em alguns textos de Borges, confunde o leitor com relação ao caráter ficcional da obra. Tudo, absolutamente tudo deve ser levado em consideração neste texto e só assim é que conseguimos chegar ao ponto chave da narrativa. A sensação de estranhamento é presente na obra quase que constantemente.

Sem spoilers, um trecho de um dos livros mais interessantes e fantásticos (em ambos os sentidos) que já li:

“Contarei fielmente os factos que presenciei entre a tarde de ontem e a manhã de hoje, factos inverossímeis, que a realidade não terá podido produzir sem trabalho... Agora a verdadeira situação parece não ser a descrita nas páginas anteriores; a situação que vivo não é a que julgo viver.”

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Personagens X pessoas: ficção

Antônio Cândido, quando escreveu “A personagem do romance”, tentou inicialmente diferenciar personagem (ser fictício) de pessoa (ser real), e o que parecia simples tornou-se uma discussão de várias páginas. Pode um personagem SER?

E mais uma vez voltamos para “A poética” de Aristóteles. Como toda ficção é baseada na realidade e deve ser verossimilhante, toda personagem deve igualmente ser verossimilhante, ou seja, deve convencer enquanto pessoa.

Daí, surgiram várias definições de personagens: tipos, planas, redondas ou esféricas, transpostas, inventadas etc. Podemos dizer que, de certa forma, toda personagem é transposta, pois possui características básicas capazes de definir uma pessoa. Por mais estranha e inventada que seja uma personagem, ela possui características que são comuns a todo ser humano.

A principal diferença entre personagens e pessoas, exposta por Antônio Cândido, é que as pessoas são ilimitadas (podemos apreender todo o seu físico, mas não sua personalidade, por que está em constante desenvolvimento e transformação e por que alguns traços psicológicos são imperceptíveis até mesmo para si mesmas) e as personagens são limitadas, têm personalidades bem definidas, inseridas no todo do romance.

Além disso, há o fato de que na vida, estamos tão acostumados a visualizar fragmentos que por vezes os tomamos como todo, ou seja, transformamos as pessoas que conhecemos em personagens. Na ficção, os fragmentos são o que basta para termos uma visão do todo, pois as personagens não têm passado nem futuro além do livro.

Até o romantismo, as personagens eram idealizadas, perfeitas e fechadas em si mesmas. Com o advento do realismo (e do naturalismo, racionalismo, positivismo, determinismo, psicologia e psicanálise ...) as personagens se tornaram mais reais, mais profundas, mais humanas.

Surgiram personagens como Madame Bovary, Anna Karenina e Capitu, Heathcliff, Gatsby e Bartleby, GH e Ulysses, dentre outros. E quem, dentre nós, diria que não são pessoas? Quem, dentre nós, se acha mais humano que qualquer uma dessas personagens?

A vantagem do ser fictício sobre o ser humano está na intensidade com que ele vive cada momento e cada paixão, e a vantagem do ser humano sobre o ser fictício está na “aventura sem fim que é, na vida, o conhecimento do outro” (CÂNDIDO).

Top 10 (minhas) personagens inesquecíveis

1. Heathcliff (O morro dos ventos uivantes)
2. Blimunda (Memorial do Convento)
3. Macabéia (A hora da estrela)
4. Brás Cubas (Memórias Póstumas de Brás Cubas)
5. Bartleby (Bartleby: o escriturário)
6. Gilliatt (Os trabalhadores do mar)
7. Gatsby (O grande Gatsby)
8. Anna Karênina (Anna Karênina)
9. Lady Macbeth (Macbeth)
10. Riobaldo (Grande Sertão: Veredas)

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A personagem de ficção”!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Milton Hatoum: relatos de leitura

No ano passado tive a oportunidade de conhecer um dos escritores brasileiros contemporâneos mais interessantes: Milton Hatoum. Foi um intensivo: li os quatro livros publicados do autor.

O livro mais conhecido do escritor é “
Dois Irmãos” que, justamente, mostra o relacionamento dos gêmeos Omar e Yakub. É inevitável, lendo este romance, relacioná-lo a Esaú e Jacó, de Machado de Assis e mesmo aos irmãos bíblicos. É mais uma história sobre os duplos. A temática do romance abrange o incesto, a rivalidade, a rejeição.

De modo geral, os temas de seus livros são recorrentes. Em “Relato de um certo Oriente” também os encontramos. Mas, neste romance, o que mais chama a atenção é a construção. A mesma história aqui é contada sob diversos pontos de vista, de forma que, à primeira leitura, o leitor desavisado pode não perceber quem é o narrador do capítulo que se está lendo. Em “Relato de um certo Oriente”, a maior temática é a memória, que é construída coletivamente para formar o relato completo. O romance se tornou a obra prima do autor.

Em “
Cinzas do Norte”, mais uma vez a temática é a rejeição. O romance é o retrato do homem atual, quando os valores morais e éticos perderam a importância, quando o Ser não tem mais importância. Outra temática deste romance é a arte, tanto visual quanto literária.

A novela “
Órfãos do Eldorado”, último livro publicado pelo autor, tematiza, principalmente, os mitos amazonenses, amora evoque imagens da literatura mundial em diversos momentos. Vemos, aqui, como os mitos passam a fazer parte da vida das pessoas a ponto de elas nem perceberem mais que se trata de um mito.

No final do mês, a Cia das Letras lança “A Cidade Ilhada”, livro com 13 contos, do qual faz parte “
Encontros na Península”, disponível no site da revista Bravo, em que mais uma vez fica clara a influência de Machado de Assis na obra do autor. Não é difícil pensar em seus textos como os relatos da leitura que teve, e podemos ver que foram muitas.
Vale a pena ler o conto e conhecer o escritor!

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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O fantasma da tese

Pois olha... chega um dia e que você tem que fazer as coisas que você havia programado há muito tempo atrás e, geralmente, quando este dia chega, você já tem um monte de outras coisas para fazer que nem sabe por onde começar. Isso geralmente acontece com nossos TCC’s, monografias, dissertações e teses, que sempre ficam para o último momento.

A versão definitiva de meu projeto de mestrado deve ser feita justamente agora, na volta das férias do trabalho, no momento em que minha mãe acabou de sair do hospital, mas ainda exige muitos cuidados meus etc.

O TCC, as teses, são coisas que perturbam muitas pessoas. Como se fosse fácil escolher e desenvolver determinado tema num período relativamente curto de tempo, as inacabáveis e inaceitáveis normas se tornam fantasmas em nossas vidas.

De toda forma, a maioria dos cursos de graduação oferece uma disciplina específica que te ensina (ou deveria ensinar) métodos de pesquisas e normas de publicação. A maioria das universidades possui livrinhos com suas próprias normas.

Mesmo tendo cursado essas disciplinas e lidos vários desses livrinhos, talvez a insegurança seja a causa de tantas dúvidas.

Partindo dessas questões, Umberto Eco, o italiano romancista e teórico de literatura, escreveu o livro “Como se faz uma tese”, que traz dicas pertinentes para quem está enfrentando este momento da vida, partindo da seguinte idéia: se você não está disposto a dedicar uma quantidade razoável de tempo a isso, é melhor dedicar uma quantidade razoável de dinheiro para que outra pessoa o faça para você.

Além disso, seguem expectativas de quanto tempo se leva para escrever uma boa tese, dicas de como escolher e delimitar o tema, organização do trabalho, escolha de referencial teórico, fichamentos etc.

Embora o título se refira a teses, o termo, no livro, é utilizado como referência a qualquer tipo de TCC, de forma que pode auxiliar desde alunos de graduação a alunos de doutorado ou qualquer outra pessoa que pretenda desenvolver uma pesquisa de qualidade. São sugestões muito interessantes.

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Abraço!!!